Guerra de Funerárias atrasa Sepultamento
14/10/2011
A família de Fábio Ronei Caseli, 33 anos, morto anteontem em um acidente na rodovia BR-153, em Rio Preto, acusa a funerária Fortaleza de segurar o corpo durante quatro horas na empresa e atrasar o velório, após vaievém entre IML e duas empresas concorrentes. Fábio morreu por volta das 7h de domingo quando o carro que dirigia, um Palio Weekend, invadiu a pista contrária e bateu de frente com uma carreta. Ele estava sozinho, e iria para a casa da sogra, próximo à avenida Potirendaba. “Não sabemos o que motivou essa fatalidade”, diz a professora Flávia Renata Caseli, 31 anos, irmã de Fábio.
O rapaz teve politraumatismo e morreu no local. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), e liberado às 13h30. Com os documentos que a vítima levava, a funerária Fortaleza teria retirado o corpo do IML e o levado até a sua sede. De lá, entrou em contato com a família. Mas, de acordo com os trâmites legais do IML, o corpo apenas deve ser entregue à funerária mediante apresentação de requisição (parte do contrato que autoriza a manipualação do corpo) assinada pela família da vítima.
“Fomos até a empresa e dissemos que tínhamos o plano Prever, da concorrente. Eles disseram que era a mesma coisa, mas sabíamos que não era verdade.” A Fortaleza, conforme a professora, cobrava R$ 500 para preparar o corpo e fazer o velório, mesmo custo da Prever. “Acontece que pelo plano temos direito a um seguro de R$ 3 mil, já que pagávamos (pelo plano) há muitos anos”, afirma Flávia.
A Organização Social de Luto, que mantém o plano Prever, foi comunicada do imbróglio, e funcionários da empresa foram até a Fortaleza. No entanto, o corpo só foi liberado quando Flávia foi até o plantão policial registrar um boletim de ocorrência contra a funerária. “Eles (policiais) telefonaram para a Fortaleza, que se comprometeu a liberar o corpo. Depois, disseram que não seria necessário registrar BO”, afirmou a professora.
Somente por volta das 17h30, conforme a família, a Fortaleza levou o cadáver de volta para o IML. De lá, foi levado pela Organização Social de Luto para os preparativos do funeral. Como foi necessário fazer a reconstituição facial de Fábio, o corpo só chegou ao cemitério de Guapiaçu, onde foi velado, às 21h50 de anteontem. O enterro foi ontem às 10h, no cemitério local.
“Se não houvesse esse problema, teríamos mais tempo para nos despedir do meu irmão. Foi um grande desrespeito com o nosso sofrimento”, diz Flávia. A direção da Organização Social de Luto se limitou a confirmar a versão da família. Já o gerente da funerária Fortaleza, que se identificou apenas como Fábio, disse que desconhecia o episódio e não quis comentar o caso.
Fonte: www.diarioweb.com.br